MERCADINHO MARINS (QUITANDA) E AS SACOLAS PLÁSTICAS
Ontem a quitanda do Marins colocou de novo as sacolas plásticas para atender a freguesia. No início da semana conversei um pouco com o proprietário me solidarizando com a dificuldade que ele estava tendo para resolver a questão das sacolas. Pelo que eu me lembro, essa primeira tentativa do Marins em resolver a questão das sacolas plásticas no seu comércio, durou apenas duas semanas. Mas foi válido.
Realmente, em primeiro lugar, os grandes comerciantes é que deveriam tomar a iniciativa mas, como são poderosos, se sentem tranquilos em ir retardando essa medida.Além do mais, o problema deles é bem maior...
Algumas leis obrigam o comércio a substituir as sacolas plásticas comuns por outras recicláveis. Porém as recicláveis são mais caras devido a diferença de fabricação. O comércio, principalmente as redes de supermercados de São Paulo alegam que devem repassar o custo dessas sacolas no custo do produto, ficando uma queda de braço, pois, evidente que repassando simplesmente o custo da sacola no preço do produto, a cesta básica de cada indivíduo fica mais cara. Não só as pessoas sentirão um pouco isso no bolso quanto os órgãos de pesquisas do governo detectarão esse aumento no custo de vida da população.
Como fazer essa passagem? Impedidos de colocar o aumento do preço nos produtos pela troca para sacolas recicláveis, os supermercados ameaçam cobrar o preço direto na caixa registradora, por sacola utilizada pelo consumidor. Evidente que os supermercados não desejariam destacar no cupom o preço das sacolas mais caras pois se torna um problema ético. O adequado seria o consumidor reduzir a utilização de sacolas. É uma cultura antiga.
Já o consumidor econômico não gostaria que o custo do desperdício de sacolas por consumidores irresponsáveis fosse acrescentado no preço do seu produto, por exemplo, no preço do leite, do arroz ou do feijão etc que é o que mais se compra. Por outro lado, uma parte do comércio acredita que o consumidor só reduzirá o gasto de sacos plásticos só se lhe doer no bolso, daí a ideia de destacar o preço no cupão fiscal. E como fica a ética? O consumidor tenderá a reclamar que determinado supermercado não cobra pelas sacolas. Enquanto isso o Marins fica pressionado pelos dois lados. Aliás, logo que tirou os sacos plásticos de circulação, colocou à venda, para quem quisesse, sacolas reforçadas, para serem usadas como retornáveis, parece-me que ao preço de 60 centavos, o que desagradou alguns fregueses.
É necessário muita discussão para que o cidadão e a cidadã, vistos muitas vezes apenas como consumidores, se conscientizem de que está na hora de mudar esse hábito consumista, o que pode ajudar na mudança de outros hábitos para que haja uma sociedade ecologicamente engajada.
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