MERVAL: DELAÇÃO DE FUNARO PODE DERRUBAR TODA A CÚPULA DO PMDB
"A delação de Lúcio Funaro, doleiro do PMDB e operador de Eduardo Cunha, que levou Geddel Vieira Lima à cadeia, vai envolver toda a cúpula do PMDB, inclusive Michel Temer. Esse grupo do PMDB não escapa do tiroteio, e no final morrem todos — como no filme do Tarantino “Cães de aluguel”, no qual todos os pistoleiros atiram contra todos — porque vão entrar tanto na delação do Funaro quanto na do Eduardo Cunha", escreve o colunista Merval Pereira
5 DE JULHO DE 2017 ÀS 07:27 // 247 NO TELEGRAM
// 247 NO YOUTUBE 


247 - Em sua coluna nesta quarta, o jornalista Merval Pereira antecipa os resultados catastróficos da delação de Lúcio Funaro na cúpula do PMDB. Segundo o colunista, os caciques do partido saíram arrasados após as revelações.
Confira baixo alguns trechos do artigo:
"A delação de Lúcio Funaro, doleiro do PMDB e operador de Eduardo Cunha, que levou Geddel Vieira Lima à cadeia, vai envolver toda a cúpula do PMDB, inclusive o presidente Michel Temer. Esse grupo do PMDB não escapa do tiroteio, e no final morrem todos — como no filme do Tarantino “Cães de aluguel”, no qual todos os pistoleiros atiram contra todos — porque vão entrar tanto na delação do Funaro quanto na do Eduardo Cunha.
Geddel é um político experiente, com vários processos na Justiça envolvendo cargos públicos, e tem estrutura psicológica para resistir aos primeiros meses de cadeia. Mas, chega uma hora em que acaba falando. Acho que vai esperar um pouco para ver o que vai acontecer com Michel Temer, antes de tomar uma decisão.
Além da prisão de Geddel Viera Lima, ex-ministro de Temer dos mais ligados historicamente à sua carreira política, a delação de Lúcio Funaro já tem outra consequência imediata: a Polícia Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para incluir Michel Temer, e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) como investigados no inquérito que apura a atuação da cúpula do PMDB da Câmara, que teria se unido num esquema de corrupção investigado pela Operação Lava-Jato.
Mais uma peça foi acrescentada ontem a esse quebra-cabeça que a Polícia Federal e o Ministério Público estão montando. O empreiteiro Marcelo Odebrecht, depondo para o juiz Sergio Moro, disse que Michel Temer fazia parte do esquema de Eduardo Cunha na Câmara que influenciava no Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS)."
LEIA MAIS NA UOL :
Em cardápio de delação, Funaro oferece corrupção na Infraero,
Anvisa, Fazenda e fundos de pensão21
Aiuri Rebello Do UOL, em São Paulo
15/07/201704h00 ... - Veja mais em
https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2017/07/15/em-cardapio-de-delacao-funaro-oferece-corrupcao-na-infraero-anvisa-fazenda-e-fundos-de-pensao.htm?cmpid=copiaecola
JÁ EM 2013...
Qua , 21/08/2013 às 07:50
PMDB e PT voltam a disputar agências reguladoras

http://atarde.uol.com.br/politica/noticias/1527480-pmdb-e-pt-voltam-a-disputar-agencias-reguladoras
Oito meses após o escândalo
envolvendo a ex-funcionária da Presidência em São Paulo Rosemary Noronha e as
suspeitas de tráfico de influência nas agências reguladoras, recomeçou a guerra
política pelo controle de cargos de diretoria nessas instituições. PT e PMDB
acabaram de travar uma disputa nas Agências Nacionais de Vigilância Sanitária
(Anvisa) e de Saúde Suplementar (ANS) em que interesses partidários ditaram os
rumos desses órgãos.
O PT teve de esperar quatro meses
para que o nome de Ivo Bucaresky, militante do partido que já havia sido
aprovado na Comissão de Assuntos Sociais do Senado (CAS), fosse enviado ao
plenário e, assim, pudesse assumir o posto na Anvisa. Isso só ocorreu após o
PMDB também indicar um nome para outra diretoria da Anvisa.
Bucaresky foi confirmado na mesma
sessão em que a comissão indicou o funcionário Renato Porto. Ele teve como
padrinho de casamento o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), amigo
da família. Em seis dias, o nome do Porto foi à votação em plenário, 20 vezes
mais rápido que Bucaresky. Embora seja suplente na comissão, Eunício fez
questão de participar da aprovação do afilhado.
Um senador da CAS, sob anonimato,
explicou o ocorrido. "Estava faltando a indicação (do PMDB). O pessoal
(parlamentares) ficou esperando", disse. A disputa partidária fez com que
a Anvisa, que geralmente atua com cinco diretores na função de liberar o uso de
medicamentos no País e fiscalizar alimentos em âmbito nacional, ficasse mais um
terço do ano sem o quadro de dirigentes completo.
Limbo
A sessão de 11 de junho, em que Porto
foi sabatinado, é esclarecedora. "Peço que, se for possível, nós votemos,
no dia de hoje, não somente os dois candidatos, mas também o Dr. Ivo, que está
aqui no limbo há um bocado de tempo", apelou o senador Humberto Costa
(PT-PE).
Naquele dia, também foi aprovado o
nome de Elano Figueiredo para a ANS - a indicação é fruto de consórcio entre PT
e PMDB. Ele é investigado pelo Conselho de Ética da Presidência da República
por ter omitido do currículo vínculo empregatício com a operadora de saúde
Hapvida, como revelou o Estado.
Na sessão, o senador Romero Jucá
(PMDB-RR) também fez um apelo. "(Quero) pedir a urgência para que possamos
votar, hoje, em plenário, o Dr. Ivo, o Dr. Renato e o Dr. Elano (...) Esperamos
fazer uma votação maciça na tarde de hoje. Portanto, aprovar os dois nomes para
a Anvisa e o Dr. Elano para a ANS ainda nesta tarde."
Jucá teve apoio da senadora Ana
Amélia (PP-RS). "Eu só queria também endossar a inclusão do nome do Dr.
Ivo Bucaresky no pedido de urgência (...) porque eu havia citado apenas os
nomes do Dr. Renato e do Dr. Elano para a Anvisa e para ANS, respectivamente,
mas incluo, com muito bom grado, o nome do Dr. Ivo Bucaresky para a Anvisa na
votação de hoje", disse. Acordo cumprido.
Eunício Oliveira defende a escolha de
Porto, que já era funcionário da Anvisa. "Indiquei o menino como técnico.
O pai dele teve problema de câncer e morreu, a mãe está doente. É um rapaz
muito sofrido, mas que tem muito valor, é dedicado, batalhador, fichinha limpa",
afirmou. O senador nega boatos de que Porto seja seu parente. "E se fosse,
qual seria o problema?"
Para o líder do PMDB, "tem gente
tentando plantar informações falsas". "Deve ser porque eu desagradei
a alguém com minha indicação, ou alguém que queria emplacar um nome não teve êxito", disse. O
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tentou indicar Fernando Garcia
Mendes, barrado na triagem inicial para a vaga.
Ajuda
Bucaresky foi indicado pelo ministro
da Saúde, Alexandre Padilha, e pelo vice-prefeito do Rio, Adilson Pires (PT).
Petista desde 1987, ele admite que a filiação partidária o ajudou e que não
saberia dizer se teria sucesso caso não fosse ligado à sigla.
O salário de um diretor comissionado
de agência reguladora - entre R$ 11,7 mil e R$ 12,3 mil - não costuma ser o
principal atrativo do cargo, mas sim o poder das decisões. As agências regulam
e fiscalizam atividades privadas na execução de serviços de caráter público.
As doações de campanha da área de
saúde cresceram 746,5% de 2002 a 2010, segundo estudo da USP/UFRJ. Em 2010, o
setor distribuiu R$ 11,8 bilhões a candidatos e partidos. As informações são do
jornal O Estado de S. Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário